quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Colóquio... e eu?

O V Colóquio Internacional de Filosofia da Educação aconteceu na UERJ no mês de setembro, nos dias 7 - Evento Pré-Colóquio com Oficina de Ricardo Sassoni - 8, 9 e 10. Muitos sotaques, muitas línguas, muitas vozes... adultos, crianças - sim! Também elas vieram fazer filosofia! - textos, ritmos... foi um evento ímpar, onde na Babel de idiomas, questionamentos e reflexões, todos se entendiam, se compreendiam na delicadeza da fala de Ferraro, na coragem dos que se davam a ler como Skliar ou na leveza dos textos lidos e relidos por Walter Kohan.

Que tal você trazer suas impressões sobre o evento?

4 comentários:

Em Caxias a Filosofia en-caixa?! disse...

Dúvida: O que é um colóquio? É um congresso? Como funciona?

Insegurança: Mas as crianças vão ficar no centro? Sendo observadas? Não vão ficar muito expostas? Eu não vou ficar muito exposto?

Tensão: Essas crianças trabalham? Como problemetizar o trabalho com crianças que não trabalham? Trabalho ser divertido é o mesmo que uma maçã ser educada?

Aposta: Não vou mudar a proposta! Será que elas vão abraçar minha idéia? Vivamos, pois...

Nervosismo: Quanta gente! Todos estão esperando para nos ver? Vamos mesmo ficar no centro?????

Receio: Por que esse silêncio? Será que não entenderam o texto? Será que não abraçaram a idéia?

Fluxo: Estão escrevendo perguntas... Nossa que pergunta legal? Será que ele vai fazer? Será que a coisa vai rolar?

Surpresa: Gente, mas só o Bruno vai defender a Cigarra?

Encanto: Professor: e a Cigarra? Como a gente vai entregar esta carta pra ela?

Sentir.
Aprender.
Corpo.
Mente.
Sentir, quase que fisicamente, o que se aprende.
Existem coisas que somente a experiência permite conhecer plenamente. E viver este colóquio me permitiu experienciar muitas aprendizagens.
Lembrei- me de uma questão antiga que toma minhas reflexões vez por outra: Quando algo é filosófico e não psicológico? Quando algo está no campo da razão e quando está no campo da emoção? Será que é possível desvincular essas duas manifestações de humanidade?
Percebi que muitos dos pequenos não fazem essas distinções. São na totalidade. Existem de forma integra, pensando e sentindo ao mesmo tempo. Esta forma singular – e talvez, própria deste tempo de criança - de estar no mundo, me faz questionar a maneira como eu percebo e me faço perceber por ele.
Rita Pedro e Giuseppe Ferraro em nossas conversas mais recentes– sim porque, ainda converso com eles ainda que eles sequer tenham consciência disto – me disseram que a diferença entre uma experiência filosófica e uma psicológica é o foco.
Mas não penso que se trata de rumar de um enfoque mais particular para um mais abrangente e coletivo. Não é sair de uma percepção mais egocêntrica para uma que contemple o outro e suas idéias. Não se trata de uma maneira de perceber a realidade mais interessante que outra.
Me arrisco a dizer até que elas nem são diferentes entre si. Na verdade seriam como as faces de uma mesma moeda postas lado a lado se complementando, onde uma só existe porque a outra existe também.
Os pequenos aprendem com o que sentem. Sentem o que aprendem. Corpo e mente não se separam em seus pensamentos. Razão e emoção se unem neste entendimento. Complementam-se.
Não consigo dizer se o que vivi no colóquio se configura como um aprendizado pra minha racionalidade ou como uma experiência para a minha emoção. Um pouco de ambos?!... não! Muito de ambos, ao mesmo tempo.
Sincronia.
Acho que foi isso que vivi neste colóquio. A sensação de pensar e sentir ao mesmo tempo algo que é meu e do outro. Íntimo e privativo e ao mesmo público e notório. Como as crianças fazem, aprendi com corpo, mente, alma e coração.

Zé Ricardo, Professor da turma 304 da Escola Pedro Rodrigues que veio a Uerj viver Filosofia.

Andrezza Amorelli disse...

O Colóquio trouxe consigo possibilidades de encontros, reencontros, alegrias, magia, sorrisos, olhares...
Possibilidade de ESTAR.
Simplesmente, complexamente, totalmente ESTAR.
Foi lindo poder estar junto de tantos olhares, emoções e experiências diversas distintas e essencialmente iguais ao buscar uma seriedade inimaginável em tantas possibilidades diferentes.

Andrezza Amorelli

Lilian Souza disse...

O Colóquio e o perguntar?

Lembrei de uma fato ocorrido no dia 09 de setembro durante o colóquio. Por vezes perguntar é algo difícil para nós adultos. E neste colóquio me encontrei com o perguntar como as crianças fizeram...

Após a experiência filosófica algumas crianças com idade de 08 anos podia perguntar o que quisessem para os participantes. Escolheram um amante da filosofia e do perguntar, professor Giuseppe Ferraro da Universitá de Napoles.

As crianças do 2º ano(Ensino Fundamental) sondaram seu nome, sua cidade, ... e uma criança perguntou quanto é 2 + 2?
Os adultos presentes não se contiveram e os risos encheram a sala.

O professor questionou aos adultos: Mas, por que dos risos?
Silêncio...

O professor retomou a pergunta (2+2) ficou pensando por alguns segundos e disse que não sabia.

Também fiquei curiosa. Esta pergunta, por que? Tento lançar a minha interpretação agora.

Acredito que a pergunta não era para confirmar o sabido. E sim, uma pergunta que fazia parte de sua experiência vivida recente em sala de aula. Uma experiência que havia aprendido, modificado sua vida e gostaria de partilhar.

Por inúmeras vezes, não dedicamos uma atenção ao que as crianças perguntam. O que parece simples, corriqueiro e fácil para a criança é um mundo que se apresenta. Através de uma pergunta.

Conversei com a professora da turma, ela afirmou que durante a semana apresentou "a continha de arme e efetue" na aula de Matemática.

Se a criança ficou satisfeita com a resposta do professor? Acredito que sim, pois contou com alegria a resposta.

larinha lm disse...

Eu acho que a filosofia foi feita ou criada especialmente para as crianças...para quando os pais ,tios e tias, perguntarem alguma coisa eles saberem responder ou até eles mesmos perguntarem para os país.
E voce o que acha sobre a filosofia?

lara pereira da silva turma 602,
Escola Municipal Joaquim Da Silva Peçanha